A moderna construção sustentável

A moderna Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove intervenções sobre o meio ambiente, adaptando-o para suas necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras.


A Construção Sustentável faz uso de ecomateriais e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom uso e a economia de recursos finitos (água e energia elétrica), a redução da poluição e a melhoria da qualidade do ar no ambiente interno e o conforto de seus moradores e usuários. Esse tipo de construção nunca é intuitiva. Mesmo quando emprega produtos ou processos artesanais (por ex. paredes de adobe ou taipa de pilão), o faz conscientemente, buscando o sucesso ambiental integral da obra, e não apenas uma construção.

Trata-se de um modelo diferente da Construção Ecológica ou Natural, que, grosso modo, pode ser definida como aquela que permite a integração entre homem e natureza, com um mínimo de alteração e impactos sobre o meio ambiente. A construção ecológica, à maneira das habitações de outros seres vivos (castores, abelhas, formigas), usa recursos naturais locais de maneira integrada ao meio e, quase sempre, instintiva e intuitivamente. É o caso das habitações indígenas, das construções de terra pré-islâmicas nos países árabes e dos iglús, dos esquimós. Esse tipo de habitação ?que ainda responde por mais da metade das habitações no planeta- é praticamente impraticável nos modernos centros urbanos, onde a heterogeneidade de povos e culturas e o estilo de vida e produção exigem materiais oriundos de lugares distantes e uma construção civil executada por profissionais da área.

Como denominador comum, construção sustentável e ecológica têm o fato de gerarem habitações que preservem o meio ambiente e de buscarem soluções locais para problemas por elas mesmas criados. A Construção Sustentável difere da Ecológica por ser produto da moderna sociedade tecnológica, utilizando - ou não - materiais naturais e produtos provenientes da reciclagem de resíduos gerados pelo seu próprio modo de vida.


A obra sustentável
A sustentabilidade de uma obra moderna é avaliada pela sua capacidade de responder de forma positiva aos desafios ambientais de sua sociedade, sendo ela mesma um modelo de solução. A Casa Sustentável deve(ria):

1. usar recursos naturais passivos e de design para promover conforto e integração na habitação;

2. usar materiais que não comprometam o meio ambiente e a saúde de seus ocupantes e que contribuam para tornar seu estilo de vida cotidiano mais sustentável (por exemplo, o usuário de embalagens descartáveis deveria usar produtos reciclados a partir dos materiais que, em algum momento, ele mesmo usou);

3. resolver ou atenuar os problemas e necessidades gerados pela sua implantação (consumo de água e energia);

4. prover saúde e bem-estar aos seus ocupantes e moradores e preservar ou melhorar o meio ambiente.

Todos esses desafios teriam de ser considerados em todo o ciclo de vida da habitação, sendo esta pensada como uma obra aberta: sempre passível de ampliação e melhoramentos.

Casa Saudável
Não há casa sustentável sem ser saudável. A finalidade de uma construção sustentável não é apenas preservar o meio ambiente, mas também ser menos invasiva aos seus moradores. Ela não pode ser geradora de doenças, caso de prédios que geram a Síndrome do Edifício Doente (SEE*). A Casa Sustentável deve funcionar como uma segunda ou terceira pele do próprio morador, porque ela é sua extensão, como ensina o geobiólogo espanhol Mariano Bueno. Ela é seu ecossistema particular, e, assim como no planeta Terra, todas as interações devem ocorrer reproduzindo ao máximo as condições naturais: umidade relativa do ar, temperatura, alimento, geração de resíduos e sua transformação, conforto, sensação de segurança e bem-estar, etc.

Escolha dos materiais
A escolha dos materiais na Construção Sustentável deveria, em princípio, obedecer a critérios de preservação, recuperação e responsabilidade ambiental. Isso significa que, ao se iniciar uma construção, é importante considerar os tipos de materiais que estão de acordo com o local (como sua geografia, ecossistema, história, etc.) e que podem contribuir para conservar e melhorar o (meio) ambiente onde será inserida. Materiais que guardam relação direta com o estilo de vida do local e do usuário devem ser avaliados. Por exemplo, se o morador reside e trabalha em uma área urbana, possivelmente comprará alimentos envolvidos por embalagens plásticas descartáveis; é muito provável também que utilize um automóvel para se deslocar da casa para o escritório e vice-versa.

Assim sendo, nada mais justo que este mesmo usuário/consumidor/cliente opte, conscientemente, pelo uso de um produto resultante de um resíduo gerado para atender às suas necessidades -no caso, as embalagens descartadas poderiam retornar no formato de telhas e a areia de fundição usada para manufaturar os moldes que deram origem às peças de seu automóvel ganha uma nova etapa de seu ciclo de vida, como blocos de concreto reciclados.

Deve-se lembrar que toda Construção Sustentável é saudável. Esse tipo de obra caracteriza-se pelo uso de materiais e tecnologias biocompatíveis, que melhoram a condição de vida do morador ou, no mínimo, não agridem o meio ambiente em seu processo de obtenção e fabricação, nem durante a aplicação e em sua vida útil. Que produtos convencionais estariam fora dessa lista? Por exemplo, todos aqueles que emitem gases voláteis (os famosos COVs - compostos orgânicos voláteis), como tintas, solventes, resinas, vernizes, colas, carpetes sintéticos e de madeira. Em seu lugar, a solução mais simples e de mercado é buscar sempre produtos à base de água ou 100% sólidos (isto é, que em contato com o oxigênio não emitem gases ou odores).

É importante evitar também materiais que reconhecidamente estão envolvidos com graves problemas ambientais, e sobre os quais hoje há consenso entre todas as entidades sérias que trabalham com Construção Sustentável e Bioconstrução no mundo, caso do PVC (policloreto de vinil) e o alumínio. Outros produtos, considerados aceitáveis na ausência de outras opções, devem ser usados de maneira bastante criteriosa principalmente no interior de casa, como compensados e OSBs (colados com cola à base de formaldeído). O mesmo vale para madeiras de reflorestamento tratadas por autoclave (sistema CCA, CCB ou CCC), as quais são imunizadas com um veneno à base de arsênico e cromo - este tipo de madeira, segundo a EPA norte-americana e os próprios fabricantes daquele país, já não pode mais ser usada em áreas públicas desde 30 de dezembro de 2003.

As empresas, os governos e as ONGs não são as únicas responsáveis pelos materiais de construção e pelo estado atual do meio ambiente. O consumidor, ao optar por um produto A, B ou C, é também co-responsável por todo o processo, já que é para ele que se destinam todos os produtos e, por extensão, as construções. Ele é o "target" do mercado e, com uma nova consciência, pode ajudar a alterar as regras do mercado.

Tendências da Construção Sustentável
A Construção Sustentável é uma síntese das escolas, filosofias e abordagens que associam o edificar e o habitar à preocupação com preservação do meio ambiente e saúde dos seres vivos. Para ela convergem tendências como: arquitetura ecológica, arquitetura antroposófica, arquitetura orgânica, arquitetura bioclimática, bioconstrução, ecobioconstrução, domobiótica, arquitetura sustentável, construção ecológica, construção e arquitetura alternativas, earth-ship (navio terrestre/construção com resíduos), arquitetura biológica e permacultura. É importante, no entanto, frisar que a Construção Sustentável não é um método exclusivo de engenheiros e construtores, assim como a arquitetura ecológica não é restrita aos arquitetos.

Na verdade, a Construção Sustentável reúne aspectos e disciplinas do conhecimento humano que deveriam ser considerados e aplicados antes mesmo de se projetar uma obra. A Construção Sustentável reúne conhecimentos de arquitetura, engenharia, paisagismo, saneamento, química, eletrônica, mas também de antropologia, medicina, sociologia, psicologia, filosofia e espiritualidade. Uma Casa Sustentável é um microcosmo, representando em pequena escala as relações entre o ser e o seu meio. Ela deve ser uma extensão do próprio planeta Terra. O morador ou usuário da edificação deve considerar seu imóvel como uma referência clara de seu bem-estar. Não se deve esquecer que mais de 2/3 do tempo de vida humana é passado dentro de algum tipo de construção. Seja trabalhando, dormindo, em lazer, em atividades religiosas etc.

Trabalhar para que um imóvel seja sustentável (e não ecológico, como erroneamente se fala) é de fundamental importância para a saúde do indivíduo e do planeta. A verdadeira Construção Sustentável o é não apenas porque não esgota os recursos empregados para sua edificação e uso, mas também porque sustenta aqueles que a habitam. Ela é base para suas realizações, segurança, alegria e felicidade. Essa visão deveria permear qualquer projeto ou idéia de construção sustentável ou habitação sustentável.

Tipos de Construção Sustentável
Os principais tipos de Construção Sustentável resumem-se, praticamente, a dois modelos: a) construções coordenadas por profissionais da área e com o uso de ecomateriais e tecnologias sustentáveis modernos, fabricados em escala, dentro das normas e padrões vigentes para o mercado; e b) sistemas de autoconstrução (que incluem diversas linhas e diretrizes), que podem ou não ser coordenados por profissionais (e por isso são chamados de autoconstrução). Incluem grande dose de criatividade, vontade pessoal do proprietário e responsável pela obra e o uso de soluções ecológicas pontuais (para cada caso).

- Construídas com materiais sustentáveis industriais - Construções edificadas com ecoprodutos fabricados industrialmente, adquiridos prontos, com tecnologia em escala, atendendo a normas, legislação e demanda do mercado. É a mais viável para áreas de grande concentração urbana, porque se inserem dentro do modelo sócio-econômico vigente e porque o consumidor/cliente tem garantias claras, desde o início, do tipo de obra que estará recebendo. Raras vezes quem opta por este tipo de construção - clientes de médio e alto padrão- utiliza soluções artesanais ou caseiras.

- Construídas com resíduos não-reprocessados (Earthship), reuso de materiais de origem urbana, tais como garrafas PET, latas, cones de papel acartonado, etc. Comum em áreas urbanas ou em locais com despejo descontrolado de resíduos sólidos, principalmente onde a comunidade deve improvisar soluções para prover a si mesma a habitação. É também um modelo criativo de Autoconstrução, que ocorre muito nas periferias dos centros urbanos ou junto a profissionais com espírito criativo.

- Construídas com materiais de reuso (demolição ou segunda mão). Esse tipo de construção incorpora produtos convencionais e prolonga sua vida útil, e requer pesquisa de locais para compra de materiais, o que reduz seu alcance e reprodutibilidade. Este sistema construtivo emprega, em geral, materiais convencionais fora de mercado. É um híbrido entre os métodos de Autoconstrução e a construção com materiais fabricados em escala, sendo que estes não são sustentáveis em sua produção.

- Construção alternativa. Utiliza materiais convencionais, encontrados no mercado, conferindo-lhes funções diferentes das originais. É um dos modelos principais no seio das comunidades carentes. Exemplo: aquecedor solar que utiliza peças de forro de PVC como painel para aquecimento de água e caixa dágua comum como boiler. Sistema de Autoconstrução que se assemelha muito ao Earthship.

- Construções naturais. Faz uso de materiais naturais disponíveis no local da obra ou adjacências (terra, madeira, bambu, etc.), utilizando tecnologias sustentáveis de baixo custo e dispêndio energético. Exs.: tratamento de efluentes por plantas aquáticas, energia eólica por moinho de vento, bombeamento de água por carneiro hidráulico, blocos de adobe ou terra-palha, design solar passivo. Método construtivo adequado principalmente para áreas rurais ou quando se dispõe de áreas que permitam boa integração com elemento vegetal, nas quais haja pouca dependência das habitações vizinhas e dos fornecimentos (água, luz, esgoto) pelo Poder Público. Sistema que se insere nos princípios da Autoconstrução (caso da Permacultura).

* Márcio Augusto Araújo é consultor do IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica,idhea@idhea.com.br.

** Artigo originalmente publicado no site: www.idhea.com.br

Tijolo Ecologico

Tijolo Ecológico ou Tijolo Modular de Solo-Cimento


O TIJOLO ECOLÓGICO é muito mais do que um simples tijolo que preenche a estrutura de uma parede.

Com suas características físicas ele proporciona economia, estabilidade estrutural, harmonia e beleza campal, fazendo com que sua casa se torne um local gostoso, relaxante e seguro.

Por eliminar o desperdício de material típico de uma obra comum, além de minimizar o tempo e custo de mão-de-obra, o método do tijolo modular permite a realização do sonho de construir a casa própria rapidez e menor custo.

Com 3 formatos diferentes: tijolo inteiro, meio tijolo e canaleta; a casa pode ser construída formando uma cadeia de vetores que se fortalecem, fixando as portas, janelas e paredes, permitindo a inserção da rede elétrica, hidráulica, tv a cabo, telefone e interfone dentro de seus furos, agilizando ainda mais a construção.


CARACTERÍSTICAS

1. O tijolo ecológico é fabricado em prensa manual ou hidráulica, sofrendo pressão equivalente a 6 toneladas, que tornam sua forma regular, com faces lisas, permitindo um encaixe perfeito, facilitando o cálculo de unidades a ser empregada em cada parede e em toda a obra, sem haver necessidade de corte do tijolo.

2. Devido suas faces lisas e seu duplo encaixe, as paredes mantém um perfeito nivelamento e belo acabamento, oferecendo beleza estética a construção.

3. Sua arquitetura dispensa a utilização de pregos, arames, madeiras, além de evitar fortes na parede pronta para embutir a rede hidráulica, elétrica e outras.

4. Funciona com um sistema térmico e acústico, permitindo que o ar dentro dos furos ao ser aquecido pelo sol, sofra o deslocamento para cima, e ao esfriar retorne para baixo. diminuindo a umidade nas paredes.

5. Os encaixes foram desenvolvidos para ampliar a resistência da estrutura, além de facilitar a sua colocação e diminuir drasticamente o tempo de conclusão da obra.

6. Devido suas faces lisas e belas, não há necessidade de reboco e permite assentamento de azulejos e outros acabamentos, quando desejado.

7. O cimento é utilizado em pequena quantidade na construção com o tijolo modular, além das colunas e vigas serem realizadas facilmente utilizando os furos e as canaletas.

8. O Tijolo Ecológico Modular foi aprovado e regulamentado pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

9. A construção com tijolo modular favorece uma obra limpa, com menor entulho e perda de material.

Fonte: www.paulorandow.com.br

7 BENEFÍCIOS DO TIJOLO ECOLÓGICO

POR QUE ECOLÓGICO?

Por não sofrer queima no seu processo produtivo, ao contrario dos tijolos convencionais, não agride o meio ambiente, seja, no desmatamento de árvores ou no lançamento de resíduos na atmosfera.
O tijolo de solo cimento modular serve para todos os padrões sociais.
Uma alternativa que une economia e ecologia para a solução do problema habitacional.

OS 7 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO TIJOLO ECOLÓGICO

1. ESTRUTURA - As colunas são embutidas em seus furos, distribuindo melhor a carga de peso sobre as paredes. CRIANDO UMA ESTRUTURA MUITO MAIS SEGURA!

2. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS - Toda a tubulação é embutida em seus furos dispensando a quebra de paredes, como na alvenaria convencional. SEM DESPERCÍOS COM "QUEBRA-QUEBRA"!

3. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS - Como as instalações hidráulicas, também são embutidas nos furos, dispensando conduites e caixas de luz, podendo os interruptores e tomadas serem fixados, diretamente sobre os tijolos. A PRATICIDADE DESTE TIJOLO FARÁ SUA OBRA SER MUITO MAIS RÁPIDA!

4. ISOLAMENTO TÉRMICO (CALOR) - O furo dos tijolos, são importantes pois formam câmaras térmicas evitando com isso que o calor que esta do lado de fora penetre no interior da residência. Com isso a temperatura interna é inferior a externa. TEMPERATURA SEMPRE AQUECIDA NOS DIAS FRIOS!

5. ISOLAMENTO TÉRMICO (FRIO) - Com o Frio acontece ao contrario, pois a temperatura da casa fica mais quente do que a externa. UMA CASA BEM FRESCA NAQUELES DIAS DE CALOR INTENSO!

6. ISOLAMENTO ACÚSTICO - Como o tijolo modular possui dois furos, as paredes formam um isolamento acústico, diminuindo os ruídos provocados na rua para o interior da casa.

7. PROTEÇÃO DE UMIDADE - Esses furos também propiciam a evaporação do ar, evitando com isso, a formação de umidade nas paredes e interior da construção, que causa danos à saúde e danos materiais.

Detergentes biodegradaveis

Quando se utilizam sabões nos processos industriais ou domésticos de lavagem, eles vão para o sistema de esgotos e acabam nos lagos e rios. Porém, após certo tempo, os resíduos são degradados (decompostos) por microorganismos que existem na água. Diz-se, então, que os sabões são biodegradáveis e que não causam grandes alterações ao meio ambiente.

Os detergentes não-biodegradáveis, pelo contrário, acumulam-se nos rios, formando uma camada de espuma que impede a entrada de gás oxigênio na água e pode remover a camada oleosa que reveste as penas de algumas aves, impedindo que elas flutuem. O esquema a seguir representa estruturas dessas substâncias:



Na água existem microorganismos que produzem enzimas capazes de quebrar as moléculas de cadeias lineares. Essas enzimas, porém, não reconhecem as moléculas de cadeias ramificadas, fazendo com que esses detergentes permaneçam na água sem sofrer degradação (não-biodegradável).

Fonte: www.geocities.com/quimica_hp/deterg.htm

Normas plastico

Norma Técnica para embalagens biodegradáveis

A iniciativa é da Associação Brasileira de Normas Técnicas, em parceria com o Instituto Nacional do Plástico e já está valendo

Sempre de olho no mercado, algumas empresas alegam a sustentabilidade de seus produtos para seduzir os consumidores. No ano passado, foi a vez do segmento do plástico.

Devido ao perfil nada sustentável desse material - desde a fabricação até o destino final nos lixões, onde leva centenas de anos para se degradar -, várias campanhas contra seu uso foram realizadas. Como reação, novos tipos de polímeros foram lançados, como o polêmico oxi-biodegradável, que revelou ser tão agressivo quanto o derivado de petróleo.

Agora, além de ganhar a confiança da população com termos ecológicos, as empresas de embalagens plásticas que afirmam ser biodegradáveis deverão comprovar tal efeito em todos os produtos de sua fabricação.

A partir deste mês, o Brasil conta com uma norma técnica capaz de estabelecer um padrão para o setor. Intitulada "Embalagens Plásticas Degradáveis e/ou Renováveis", ela é uma iniciativa da Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT em parceria com o Instituto Nacional do Plástico - INP e divide-se em duas partes. A primeira parte da norma define a terminologia, sendo que a segunda determina os requisitos mínimos para a comprovação de que um produto plástico seja de fato biodegradável.

Fonte: www.planetasustentavel.abril.com.br

Reciclaveis e Biodegradaveis

A causa ecológica, entendida como necessidade de preservar a saúde do Planeta, gradualmente vem levando ao banimento e à discriminação de produtos que, para sua fabricação, foi imposto um ônus aos recursos naturais e também, de produtos geradores de resíduos que não forem recicláveis ou que não possuam características que permitam sua autodestruição, sem impacto no meio ambiente.

A premissa acima engloba duas classes de materiais: os primeiros, pode-se dizer, são aqueles para uso direto (ou aplicação) e os segundos são conseqüências ou acessórios. Dentre os muitos exemplos, no primeiro caso, podemos citar os estrados de madeira ("pallets") e os dormentes ferroviários, também de madeira, aos quais nos referiremos adiante. No segundo caso, um exemplo seria as embalagens.

Analisemos, para começar, o segundo caso, falando de embalagens, do que são constituídas e como podem causar danos ao meio ambiente.

Comecemos pelo papel. Sua fabricação implica em serevos danos à Natureza e que, evidentemente, já vêm sendo paulatinamente amenizados. A fabricação do papel depende do corte de árvores e de processo industrial altamente agressivo aos corpos d'água. O replantio ordenado, a reciclagem de papéis usados e técnicas de tratamento de efluentes industriais, estão sendo cada vez mais postos em prática com sucesso, demonstrando que a tecnologia pôde e pode contornar o ônus ambiental na fabricação do papel. O papel é, por natureza, biodegradável.

Passemos ao plástico, onde a situação começa a se complicar um pouco porque, no geral, não se poderá fabricar o mesmo produto com a reciclagem, como por exemplo, uma garrafa não poderá se tornar outra garrafa e o fruto da reciclagem, ao término de seu novo uso, fatalmente será um transtorno em matéria de não biodegradabilidade.

Falemos do vidro. Esse produto se presta a reciclagem de forma fantástica e até com lucro, haja vista que, na fabricação do vidro novo, segundo Dimas Nazari, da Cisper, a matéria prima tem uma perda de cerca de 20%, enquanto que, na reciclagem, o aproveitamento é de 100%, representando aí uma redução de custos de energia, indiretamente importante para o Meio Ambiente. O vidro não é biodegradável.

Quanto às embalagens metálicas, em especial as de aço e de alumínio, têm-se que, tanto uma quanto a outra, são facilmente recicláveis e podem retornar às características originais para a fabricação de outras embalagens. Aço e alumínio não são biodegradáveis, mas podem ser reciclados indefinidamente.

Recentemente, surgiu no mercado brasileiro uma embalagem simpática e popularmente denominada "caixinha". Ela é um misto de polietileno, papel e alumínio; montou-se todo um "marketing" em cima da assepsia proporcionada e facilidades no transporte. Tal embalagem já pode ser vista abundantemente nos supermercados; não é biodegradável e até agora não se presta à reciclagem. Isso indica que, ao virar lixo, ela será para sempre lixo e ainda concorrerá para atrapalhar a decomposição natural dos materiais orgânicos que compõem o lixo.

Analisando, agora, aquela classe de produtos de aplicação direta, cuja fabricação implica em ônus para os recursos naturais, dois, entre muitos deles, pela grandeza de consumo, não podem deixar se ser considerados: os "pallets" (estrados para transporte) e os dormentes ferroviários, ambos de madeira.

No caso dos "pallets", estudo de pesquisador independente nacional, Engo João Tarciso de Morais e dados da Revista Superhiper da Associação Brasileira de Supermercados (Julho-1990), indicam que o consumo mundial de madeira para fabricação desse produto alcança a fantástica cifra anual de 200 milhões de metros cúbicos ou seja, na correspondência a 40 milhões de árvores que, pelo seu porte e tipo, implicam num desmatamento de 400 mil hectares. Evidentemente é que, mais dia menos dia, o mundo estará despertando para substituir a madeira nesse uso. Temos notícias que há projetos para fabricar esses estrados em aço, via chapas finas e que, apesar de um custo inicial mais alto, esses estrados competem com os de madeira no peso equivalente e darão taxas de retorno atraente pela durabilidade bem maior. No que se refere à reciclabilidade (do aço), essa, estará garantida. Outros suscedâneos estão sendo pesquisados para esse produto, como a fibra de vidro, sendo que, nesse caso, a reciclabilidade é duvidosa e com isso, o descarte poderá se constituir em ônus extra para o Meio Ambiente.

Finalmente, um outro grande desvastador de florestas é o dormente ferroviário de madeira que também pode ser substituído pelo fabricado em aço, porém com tecnologia especializada para tal no que se refere à colocação e ao isolamento elétrico da sinalização de ferrovias. O Primeiro Mundo já o emprega largamente. Dados que temos à mão indicam que os dormentes de madeira representam um consumo anual de madeira, a nível nacional, da ordem de 900 mil metros cúbicos, o que significa um abate de 186 mil árvores.

Como conclusão, a certeza é que, o Primeiro Mundo caminha para as soluções não degradantes da Natureza e nós, no Terceiro Mundo, não poderemos, pelo menos nesses casos, ficar a reboque, mantendo ou aceitando tecnologias ultrapassadas; temos, isso sim, que seguir caminhos paralelos.

Fonte: www.gpca.com.br